sábado, 23 de abril de 2011

20 de Abril

Estou pronto a fazer seis juramentos falsos todos os dias.
(Adolf Hitler)

14 de abril de 1945,Berlim 6:45, o relógio não para de tocar, levanto-me zonzo com os olhos ainda flutuando na vaga zona do sono. Ando em direção ao banheiro,chove muito lá fora .As aguas inundam os buracos feitos pelas bombas que provavelmente vieram do URSS, se misturando com o sangue de muitos inocentes .
Me apoio na pia de um qualse banheiro ,e olho em meus olhos através de um espelho quebrado. O telefone toca ,estou mas que atrasado para o trabalho.
Não aguento, mais um dia assim, ao dormi, crio uma imagem de minha morte, “será que amanhã eu irei fazer isto novamente”,mas enfim ,lavo o meu rosto com a lama que sai da torneira enferrujada, ando em direção a porta do cômodo,quero me livrar deste suplicio maldito, antes de rodar a maçaneta, viro-me em um ângulo de 180° para antes guardar em minha memoria uma lembrança dos momentos vividos ali, ponho as mãos no bolso de meu velho casaco marrom, para verificar ,se está lá, mas logo me aliviei , ainda permanece lá ,sua hora de ser usada está se aproximando.
7:45 saio para nunca mas voltar. Ando em um lugar que antes me parecia uma rua ,o som grave de um provavelmente caça alemão fw-190, está se aproximando. Hoje o dia está mas frio que o normal .Há pessoas perambulando nos destroços de Berlim, chorando é lamentando ,concluo que foram esquecidas por eles, penso em me unir a essas pobres almas, mas na verdade eu sou dono delas, querendo ou não. Enfim chego ao local esperado, as ruinas prevalecem, estou em um constante desanimo.
13:45,tarde muito tarde, hora de refugiar-me ,com os outros, ouço eles chegando ,são piores que bombas, arrasando com meus ouvidos, é uma ancia sem explicação ,não sei se irei conseguir ,desta vez, a fraqueza inunde o meu pensar a minha razão. Penso em desistir ,mas é isso que eles esperam de min, não vou deixar isto acabar assim.
O céu está mais negro com relação a ontem ,meu Deus e hora de partir ,corro em direção ao que antes poderíamos chamar de hospital foi o único lugar que restou para min, o pior de todos, está escuro,como a maioria dos monumentos desta cidade, Ponho a mão no bolso de minha farda é retiro a lanterna velha , mais ainda funciona é isso que importa,empurro a porta principal que solta um barulho estrondante ,lá dentro está mas frio que antes .Não pude parar de percebe ,eles estão me observando ,percebi tarde de mais .Corri em busca de refugio,fui lento e eles me golpearam pelas costas tentei fugir ignorando a dor que percorria em meu corpo, mas fui atingindo na perna,uma coisa eu estava certa, eles me queriam vivo.


Da Bomba atômica á bomba humana.


Os episódios se repetem sem que os homens se corrijam e tenham as precauções necessárias para evitar tais surpresas. E foi assim que, por descuido, fui colocado diante do perigo de vida ou morte naquela noite de três para quatro de fevereiro de 1945.

Nenhum comentário:

Postar um comentário